Infância: amizade sim, namoro não!
Qual é o pai ou a mãe que nunca se surpreendeu com a cena de seus filhos pequenos chegarem da escola anunciando um namorico? Inevitavelmente a reação é sempre de susto e ao mesmo tempo de surpresa.
Namorar antes do tempo é como querer pular uma etapa da vida e, sem querer, estimular a sexualidade de forma precoce. Mas, crianças não namoram e nem devem, elas apenas têm afinidades quanto aos amigos. A verdade é que muitos responsáveis não sabem como agir em relação ao assunto, porém, a psicóloga Carla Ribeiro (CRP: 25079/05) explica que tudo o que a criança faz não passa de uma reprodução do que elas veem. “O namorar de uma criança muitas vezes é um beijinho no rosto ou um abraço. Essa é a visão de comportamento que ela observa nos adultos e reproduz isso como um namoro”, esclarece.
Para a especialista, é importante explicar para a criança que tais atitudes são demonstrações de afeto e amizade, não um namoro. “Às vezes os pais incentivam esse comportamento afetivo e depois se assustam. Cultive com os seus filhos essa relação de carinho, pois isso é um elo de proximidade e amizade”, orienta Ribeiro acrescentando que os pais devem dedicar tempo para explicar aos filhos sobre como eles vão se relacionar com pessoas. “É preciso ajudá-los a entender os afetos e a descobrir o quanto é bom dedicar atenção e cuidado aos coleguinhas, sem que haja qualquer ideia de namoro”.
Antes de reprimir ou proibir, os pais devem ouvir e entender o que o filho está passando para ajudá-lo a amadurecer nas relações afetivas, que nem sempre são discernidas por ele. Por isso, o diálogo, não só a respeito deste assunto, como de todos, deve começar desde cedo. “É necessário buscar melhor entendimento de como poder ajudar os seus filhos, se preciso até mesmo pedindo auxílio a especialistas. É muito bom para os filhos saberem que podem contar com o apoio de seus responsáveis para todas as dúvidas que tenham”, reforça Ribeiro.
Quanto a idade certa para namorar, a psicóloga explica que tudo depende de cada faixa etária e do desenvolvimento cognitivo do pré-adolescente ou adolescente. “A ideia de namoro vai acontecendo naturalmente de acordo com a maturidade emocional e cognitiva. Após lançar mão dos brinquedos, por volta dos 12 anos, há uma probabilidade dele começar a se interessar por pessoas fora do seu núcleo. Cada responsável deve acompanhar esse momento, vendo como o filho vai se desenvolver, em vez de determinar uma idade para que o primeiro namoro aconteça”, aconselha.
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